terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ESPECIALISTAS APOSTAM EM SELIC A 10% NO FINAL DE 2012

Mercado mantém consenso sobre corte de 0,5 ponto percentual na Selic, mas diverge sobre patamar da taxa básica de juros até o final do ano, e aposta sobre apenas um dígito enfraquece.

É consenso entre analistas que o Comitê de Política Monetária (Copom) faça novamente uma redução de 0,5 ponto percentual na Selic - que será divulgada na quarta-feira -, levando a taxa para 10,5%, mas as opiniões sobre o nível máximo dos cortes no ano ainda são divergentes.

Embora o último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (16/1) projete taxa Selic de 9,5% ao ano, especialistas acreditam que a autoridade monetária freie a redução na taxa básica de juros antes desse patamar e feche o ano com 10%.

"A Selic só fica abaixo dos 10% se realmente a crise ficar muito feia no exterior e não tivermos pressão da inflação", afirma Fábio Colombo, administrador de investimentos.

Georges Catalão, gestor de investimentos da Lecca, também acredita em apenas mais dois cortes na taxa de 0,5 ponto percentual. De acordo com ele, a mudança de opinião veio após a divulgação do último Relatório Trimestral de Inflação elaborado pelo Banco Central.

"Ele se mostrou muito mais preocupado do que antes. Preocupado com o perigo da retomada da inflação em 2013 e isso fez com que os analistas revisassem a expansão monetária antes do previsto", afirma Catalão.

Catalão destaca ainda a falta de clareza da política fiscal para 2012 e que 10% é uma taxa "mais razoável" porque os "fundamentos convergem para isso." "Se em 2013 a inflação vier acima do centro da meta de novo será o quarto ano consecutivo e isso é extremamente perigoso para a economia brasileira", completa.

Para ele, se o Banco Central está tão preocupado com os níveis de inflação, deveria conter os cortes de juros antecipadamente.

Outro dado que sinaliza a manutenção dos dois dígitos na taxa básica são os juros nos mercados futuros. No fechamento desta segunda-feira, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2013 ficou em 10,02%.

No embate de projeções de economistas, dispostas no Boletim Focus, e os dados de investidores, que acompanham os juros nos mercados futuros, este último leva a melhor.

"Os investidores confiam bem mais nas projeções das curvas de juros do que no Boletim Focus, porque são pessoas mais ligadas ao mercado e mais atentas à qualquer mudança. O Boletim não é tão dinâmico quanto os mercados", diz Colombo.

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