quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

INFLAÇÃO PELO IGP-M DESACELERA PARA 0,34% EM JANEIRO, DIZ FGV


A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,34% em janeiro, ante a alta de 0,68% observada em dezembro, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A deflação registrada nos preços agropecuários puxou a forte desaceleração dos preços no atacado.

O indicador serve de referência para o reajuste de contratos, como os de aluguel. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 7,91%.

A leitura de janeiro ficou acima da média de 0,32% apurada pelo Valor Data junto a dez consultorias e instituições financeiras. O intervalo das projeções foi de 0,22% a 0,40%.

Entre os componentes do IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – que responde por 60% do indicador geral, desacelerou de 0,73% em dezembro para 0,11 % em janeiro. Como esperado pelos analistas de mercado, o IPA de produtos agropecuários registrou deflação: passou de alta de 1,40% para queda de 0,62% no período. O IPA de produtos industriais cedeu de 0,46% para 0,40%.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPC) – com peso de 30% - acelerou de 0,73% para 0,98% de dezembro para janeiro. A principal contribuição para a alta do índice partiu do grupo alimentação, que subiu de 1,29% para 1,97%, puxado por hortaliças e legumes (1,85% para 15,58%) e frutas (0,55% para 4,6%).

Também subiram educação, leitura e recreação (1,04% para 2,55%), despesas diversas (1,11% para 3,6%) e saúde e cuidados pessoais (0,45% para 0,51%). Nessas classes de despesa, o avanço foi influenciado principalmente pelos preços de cursos formais (zero para 5,22%), cigarros (2,78% para 8,04%) e médico (0,24% para 0,90%), respectivamente.

Em contrapartida, os grupos habitação (0,63% para 0,38%), vestuário (0,90% para 0,23%), transportes (0,27% para 0,19%) e comunicação (0,04% para 0,03%) apresentaram taxas de variação mais baixas, por conta de itens como tarifa de eletricidade residencial (1,68% para -0,38%), roupas (1,16% para -0,23%), tarifa de táxi (5,51% para -2,18%) e mensalidade para TV por assinatura (0,25% para zero), respectivamente.

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) - com peso de 10% no IGP-M - registrou, em janeiro, variação de 0,39%, acima do resultado de dezembro, de 0,29%. O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços registrou variação de 0,39%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,26%. O índice que representa o custo da mão de obra variou 0,39%. Na apuração referente ao mês anterior, o índice variou 0,31%.

Grãos e bovinos

Como era esperado pelos analistas de mercado, grãos como soja e milho, com grande peso no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), mostraram trajetória mais favorável neste mês. O item bovinos também ajudou.

Dentro do IPA, componente que responde por 60% do IGP-M, a deflação na soja em grão foi acentuada entre dezembro e janeiro, de -1,65% para -9,01%. Um derivado da oleaginosa, o farelo passou de alta de 0,63% para queda de 3,56%. No milho em grão, houve queda de 1,41%, ante alta de 5,90% registrada em dezembro. O preço dos bovinos passou de queda de 0,83% para recuo de 1,26%. Arroz também ajudou a desacelerar os preços no atacado ao passar de queda de 1,38% para recuo de 4,61%.

Na outra ponta, as maiores influências de alta foram tomate, que subiu 44,26% em janeiro. Em dezembro a alta já tinha sido forte, mas menor, de 30,51%.

Outros itens que pressionaram o IPA foram mandioca (de 5,39% para 6,25%), laranja (de 12,15% para 15,96%) e batata inglesa (de -8,92% para 17,10%).

Minério de ferro, item industrial que também tem forte peso no IPA, subiu de 0,93% para 1,46% entre dezembro e janeiro.

Cigarros e tomate

Dentro do componente Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no IGP-M e acelerou de 0,73% para 0,98%, o movimento foi puxado principalmente por cigarros (de 2,78% para 8,04%), tomate (de 12,82% para 25,38%), refeições em bares e restaurantes (de 1,12% para 0,89%) e cursos superior e de ensino fundamental, que passaram de estabilidade para altas de 4,18% e 6,67%, respectivamente.

Entre as principais baixas estão passagens aéreas, que passou de alta de 22,97% em dezembro para queda de 6,96% em janeiro, tarifas de eletricidade (de 1,68% para 0,38%) e de táxi (de 5,51% para -2,28%).

O IGP-M cedeu de alta 0,68% em dezembro para avanço de 0,34% em janeiro.



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