domingo, 10 de junho de 2012

QUEDA DA INFLAÇÃO DÁ LIBERDADE PARA REDUÇÃO DE JUROS, DIZ MANTEGA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira que o recuo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou abaixo de 5%, no acumulado em 12 meses em maio e foi divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “dá liberdade para ter uma política monetária mais flexível, ou seja, redução de taxas de juros e aumento do crédito”.

Segundo o ministro, “isso já está ocorrendo”. “Um aumento do crédito” e a “redução das taxas de juros” já foram registrados em maio e continuarão em junho, disse Mantega.

Economia estagnada já tem efeito de baixa na inflação, diz economista

O IPCA fechou maio em 0,36%, ante 0,64% em abril. Em maio do ano passado, o índice foi de 0,47%. No acumulado de 12 meses, o IPCA está em 4,99%.

Ao chegar ao ministério da Fazenda nesta manhã, o ministro afirmou também que essas características estão “estimulando o consumo e o investimento, de modo que nós já temos resultados positivos, inclusive de maio”.

Mantega também afirmou que os investidores estão temerosos com o cenário internacional, mas que o governo está tomando medidas para reduzir o custo dos investimentos privados.

O ministro disse ainda que o segundo trimestre do ano terá um “crescimento bem maior” que o registrado no primeiro trimestre, que foi de 0,2% em relação ao último trimestre de 2011.

Impulso dos veículos

Mantega ressaltou que as vendas do setor automobilístico cresceram em maio, apesar de as medidas de estímulo adotadas pelo governo terem efeito apenas na última semana do mês, “quando houve redução do IPI e redução de preços de automóveis”, disse. “Isso vai continuar em junho”, completou, sobre o corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

“O setor que cresceu menos no primeiro trimestre é o automobilístico, que tem um peso grande no PIB [Produto Interno Bruto]. Agora, ele está crescendo mais e vai até crescer mais que outros setores”, afirmou Mantega. Segundo ele, maio e junho deverão registrar maior expansão do PIB e do PIB industrial.

Ao citar que o setor de varejo também se recuperou nos últimos meses, Mantega reiterou que “devemos ter o segundo trimestre desse ano com crescimento do PIB bem maior que do primeiro trimestre”.

Ambiente favorável

O ministro da Fazenda disse ainda que o “governo está reforçando o seu investimento e dando condições para o investimento privado crescer mais”. Ele respondia a questionamento de jornalistas ao chegar à sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, sobre se seriam necessárias mais medidas para estimular a economia.

Mantega foi incisivo ao dizer que o investimento do governo está aumentando. “Nós estamos com um crescimento do investimento do governo cerca de 30% maior que em igual período do ano passado”. Segundo ele, esse número inclui o setor habitacional, onde se encaixa o programa Minha Casa, Minha Vida. “As empresas estatais também estão fazendo um investimento maior do que no ano passado”, declarou.

O ministro anunciou ainda que, na próxima semana, a Petrobras vai divulgar o plano de negócios da empresa. “Estaremos, portanto, com o investimento crescendo, também, nesse período” complementou.

Para ele, o setor privado está “um pouco assustado com a situação internacional”. Já que a crise econômica externa não se resolve, o setor fica “temoroso”, afirmou. “Porém, como nós estamos mostrando que a economia brasileira pode crescer mesmo com uma crise muito forte lá fora, o setor privado começa a se animar”.

Mantega afirmou que o governo está dando condições para o setor privado poder “investir a custos mais baixos; custos tributários e custos financeiros mais baixos”, ressaltou. O ministro citou como exemplo, a redução dos juros para capital de giro em linhas do BNDES, anunciada ontem.

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