quinta-feira, 12 de abril de 2012

FMI COBRA EQUILÍBRIO FISCAL

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda aos países emergentes grandes exportadores de matérias-primas, como o Brasil, que adotem políticas fiscais equilibradas para se defender de efeitos negativos de súbitas quedas nos preços de seus produtos. O quarto capítulo do seu relatório World Economic Outlook (Panorama Econômico Mundial), divulgado esta semana, aponta trajetória descendente das cotações de matérias-primas ao longo de 2012 e 2013. Esse impacto direto sobre países dependentes delas precisaria ser compensado desde já.

"Graças à atividade global frágil e a elevados riscos de queda de preços das commodities (matérias-primas), os exportadores podem estar diante de uma desaceleração", avalia o organismo. Ruta Duttagupta, coordenadora do estudo do FMI, ressalta que as políticas fiscais responsáveis nos momentos de alta, como os observados até agora, "criariam proteções para serem usadas em trajetórias de baixa". Apesar disso, Ruta admite ser difícil identificar com certeza se uma alteração nos preços dos produtos é temporária ou permanente.

O FMI informa que as exportações de commodities do Brasil compõem 29% do total das exportações, com destaque para os grãos. Esse nível de dependência, com peso de 2,5% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país), só não é maior na América Latina que a do México, acima de 1/3.

O fundo estima que, caso as previsões de mercado se confirmarem, 2012 pode consagrar o fim de um ciclo histórico de alta nos preços, que marcou a primeira década deste século. O documento alerta que as cotações dos insumos de energia e dos metais atingiram no fim do ano passado patamar real três vezes superior ao de apenas uma década antes. E acrescenta que a crise econômica iniciada em 2008 trouxe um "ambiente de incerteza" para as commodities.

Os analistas do FMI apontam que, de forma geral, exportadores tomaram medidas que vão no caminho certo de se precaver para evitar colapsos futuros, inclusive conseguindo reduzir seu endividamento público. Mas a disparada dos preços se tornou um dos principais fatores para isso. "Os preços das commodities seguem altos, dando oportunidade para os países reforçarem instituições e proteções se a situação piorar."

Voo de galinha

A economia americana mantém seu caminho de recuperação iniciado há quase três anos, ainda que a um ritmo "lento a fraco", segundo o Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), divulgado ontem. "A economia segue crescendo a um ritmo entre lento e fraco desde meados de fevereiro até o fimde março", diz o relatório, que é publicado a cada seis semanas com base nas informações reunidas pelas filiais regionais do Fed. A linguagem empregada pelo Fed para descrever o progresso da atividade econômica do país é a mesma que o banco usou no último relatório no início de fevereiro. No jargão de economistas, trata-se do voo de galinha, crescimento a taxas baixas, lento e fraco. Segundo o Fed, o gasto com consumo foi "positivo", mas o aumento das vendas em muitas regiões foi atribuído a um inverno atipicamente quente.

(Fonte: Correio Brasiliense, extraído de Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão)

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