segunda-feira, 9 de abril de 2012

GUERRA DOS JUROS TERÁ BATALHA À PARTE NO RIO GRANDE DO SUL

Incentivada pelo governo federal para forçar uma queda no custo do crédito, a guerra dos juros terá um capítulo próprio no Rio Grande do Sul. Enquanto no restante do país Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal tentarão atrair principalmente clientes de instituições financeiras privadas, no Estado o alvo preferencial deve ser o Banrisul, dono de cerca de um quarto das agências, dos depósitos e das operações de crédito do mercado gaúcho.

Após o BB ter anunciado na quarta-feira passada a redução das taxas para pessoa física e pequenas empresas, hoje será a vez de a Caixa dar detalhes de seu plano, que inclui o corte do juro do cheque especial para 1,35% ao mês. O diretor de clientes e canais do BB, Hideraldo Leitão, observa que no Rio Grande do Sul a fatia de mercado do banco é inferior à média nacional e a intenção é recuperar este espaço:

– Queremos crescer bastante no Estado. A nossa campanha publicitária terá propaganda regionalizada.

Na mira do BB está principalmente o funcionário público. Criada no país no final de 2006, a portabilidade bancária – em que o cliente migra a conta ou uma operação de crédito de um banco para outro – também passou a ser uma opção para o funcionalismo a partir de janeiro.

– As grandes folhas de pagamento do setor público ainda estão concentradas no Banrisul – observa o superintendente do Banco do Brasil no Estado, José Carlos Reis da Silva, que, entretanto, se esforça para não particularizar a disputa com o banco estatal gaúcho.

O presidente do Banrisul, Tulio Zamin, sustenta que o banco já se antecipou ao movimento pelas perspectivas de juros em queda no país. Afirma que no crédito consignado, por exemplo, as taxas variam de 1,4% a 2,5% ao mês, “aparentemente coincidindo com alguns anúncios do BB”. O Banrisul, avisa, segue atento à concorrência.

– É uma briga boa. O Banrisul tem de fato uma posição diferenciada. O banco já vinha olhando para os seus produtos com este cenário de juros declinantes. Se houver espaço para revisitar a nossa tabela, vamos olhar – admite.

Nenhum comentário:

Postar um comentário