segunda-feira, 18 de março de 2013

FUNCIONÁRIOS ACREDITAM QUE ROUBAR DADOS CORPORATIVOS NÃO É ERRADO

Mais da metade dos funcionários de empresas brasileiras (62%) que deixou ou perdeu seus empregos nos últimos 12 meses mantêm dados corporativos confidenciais, de acordo com pesquisa global da Symantec. Além disso, 56% no Brasil planejam usá-los em seus novos empregos. O número é maior que o resultado global, de 40%. 

Os resultados mostram que as atitudes cotidianas e crenças dos funcionários sobre o roubo de propriedade intelectual (PI) estão em desacordo com a maioria das políticas nas empresas. Os funcionários não só acham que é aceitável levar e usar a PI quando deixam uma empresa, mas também acreditam que as organizações não se importam.

Para 47% em todo o mundo e 33% no Brasil, suas empresas tomam alguma atitude quando os funcionários se apropriam de informações confidenciais em desacordo com as políticas internas. Já 68% no mundo dizem que suas organizações não tomam medidas para assegurar que os funcionários não utilizem informações competitivas sigilosas de terceiros. Segundo a Symantec, o estudo mostra que as organizações falham em criar um ambiente e uma cultura que promovam a responsabilidade dos funcionários em relação à proteção da propriedade intelectual. 

O estudo mostra que funcionários levam propriedade intelectual para fora da empresa e nunca a apagam. Para 62% dos entrevistados globalmente, é aceitável transferir documentos de trabalho para dispositivos pessoais – computadores, tablets, smartphones ou aplicativos de compartilhamento on-line de arquivos, enquanto no Brasil o índice chega a 76%. Apenas 6% apagam os dados transferidos porque não veem nenhum mal em mantê-los. 

A maioria dos funcionários não acredita que seja errado usar dados sobre competitividade de um empregador prévio. Para 44% dos entrevistados brasileiros (56% no resultado global), não é crime usar informações de sigilo comercial de um concorrente. A crença coloca seus empregadores atuais em risco por serem receptadores involuntários de propriedade intelectual roubada. 

Apenas 23% dos entrevistados no Brasil dizem que seus gerentes veem a proteção dos dados como uma prioridade para os negócios. No cenário global, esse número é de 38%. Outros 51% no globo acham que é aceitável levar dados corporativos porque suas empresas não cumprem rigorosamente suas políticas.

A pesquisa da Symantec foi realizada pelo The Ponemon Institute em outubro de 2012 para examinar o problema de roubo ou abuso de propriedade intelectual por parte dos funcionários no local de trabalho. Os resultados se baseiam nas respostas de 3.317 indivíduos em seis países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, França, Brasil, China e Coreia.

Veja recomendações de Vladimir Amarante, gerente de engenharia de sistemas e especialista em segurança da Symantec:

Orientação de funcionários: as organizações precisam informar seus funcionários de que se apropriar de informações confidenciais é errado. A conscientização sobre o roubo de propriedade intelectual deve ser parte integrante do treinamento de segurança. 

Uso de acordos de confidencialidade: em quase metade dos casos de roubo de informação corporativa, a organização tinha acordos de propriedade intelectual com o funcionário, o que indica que apenas a existência de uma política, sem aplicação rigorosa e a compreensão do funcionário, é ineficaz. É necessário utilizar uma linguagem mais forte e específica em acordos de trabalho e se certificar de que as entrevistas de demissão incluam conversas sobre a contínua responsabilidade dos funcionários em proteger as informações confidenciais e devolver todas as informações e elementos de propriedade da empresa (quando estiverem armazenadas). Os funcionários devem estar cientes sobre as violações de políticas e que o roubo de informações da empresa terá consequências negativas para eles e para seu futuro empregador. 

Implementação de tecnologias de monitoramento: adote uma política de proteção de dados que monitore o acesso e o uso inadequados de propriedade intelectual e notifique automaticamente os funcionários sobre violações. Essas medidas vão aumentar a conscientização sobre segurança e impedir roubos.

(Fonte: G1)

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