quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

LÍDER DO PDT COBRA MÍNIMO DE R$ 580 E FALA DE AÇÕES JUDICIAIS POR REVISÃO DE IR

O presidente da Força Sindical e líder do PDT na Câmara dos Deputados, Paulo Pereira da Silva (SP), foi ao Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira (12) cobrar a aprovação, pelo governo, de um salário mínimo de R$ 580.

Segundo o deputado, conhecido como Paulinho da Força, as centrais sindicais não aceitarão um valor menor e previu derrota do governo na votação da matéria no Congresso.

O valor pedido pelas centrais é bem acima do pretendido pelos R$ 540 pretendidos pelo governo.

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"Não vamos aceitar os R$ 540 de jeito nenhum", disse o deputado após se reunir com o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e receber a promessa de tentativa de abertura de negociação dentro do governo.

"Não podemos aceitar que o salário mínimo, quando o Brasil cresce 7%, 8%, ele tenha uma correção menor que a inflação. Ou seja, os mais pobres são os que menos vão receber num período em que todo o Brasil ganhou."

TRIPÉ

Ontem, as centrais sindicais entregaram uma carta no gabinete da presidente Dilma Rousseff, com três pontos principais de reivindicação: reajuste do salário mínimo para R$ 580, aumento de 10% para os aposentados e revisão de 6,43% na tabela do Imposto de Renda.

Em relação à correção da tabela do IR, Paulinho, em encontro com o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais), deu um prazo até segunda-feira para que o governo abra negociação com as centrais para negociar uma revisão.

Caso contrário, na terça-feira "milhares de ações em todos os Estados" serão ajuizadas na Justiça. O argumento é de que a não correção caracteriza "confisco".

Segundo o deputado, a defasagem da tabela já chega a 70% desde o governo Fernando Henrique Cardoso.

BATALHA POR CARGOS

O pedetista citou a disputa de cargos entre os partidos da base governista por cargos no segundo escalão para prever uma derrota no Congresso na votação do salário mínimo.

"O governo vai perder a votação do salário mínimo. Foi o que eu disse para o Luiz Sérgio: vocês vão perder. Nós vamos contar com a insatisfação da base do governo com os cargos que vão estar sendo distribuídos exatamente nesse período. Então você imagina como é que vai estar o contentamento naquele Congresso", afirmou o deputado sindicalista.

O acordo entre governo e centrais sindicais, hoje vigente, prevê a correção do salário mínimo pelo percentual de crescimento do PIB de dois anos antes, mais a inflação. Pelo acordo, portanto, a correção deste ano é afetada pelo crescimento nulo em 2009.

Em compensação, haveria um reajuste mais significativo em 2012, devido ao crescimento da economia em 2010.

Paulinho argumenta que o acordo previa uma revisão da metodologia neste ano, mas que essa negociação não foi aberta.

Ele disse considerar a possibilidade de, em caso de revisão do acordo, propor que o reajuste do salário mínimo seja impactado pelo crescimento do ano imediatamente anterior, e não de dois anos antes, como é hoje.

No entanto, o presidente da Força Sindical descartou a possibilidade de antecipar o reajuste previsto para o ano que vem, pelas regras atuais.

"Antecipação é igual a pirulito. Você chupa, acaba. Não aceitamos antecipação", afirmou.

(Fonte: Folha.com)

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