quarta-feira, 13 de julho de 2011

GOVERNO ESTUDA ELEVAR IOF SOBRE GARANTIA DE CONTRATO FUTURO DE DÓLAR

Entre as medidas em estudo pelo governo para tentar conter a valorização excessiva do real está o aumento dos impostos sobre as operações realizadas por investidores estrangeiros no mercado futuro da BM&F. É lá que ocorrem as especulações dos agentes a favor da moeda brasileira que vêm pressionando a cotação dólar no país. Uma opção seria elevar o IOF de 6% que já recai sobre os depósitos de margem de garantia na bolsa.

Na segunda-feira, em meio à piora da cena externa e também à corrida dos bancos para reduzir a posição vendida no mercado à vista, investidores internacionais cortaram em mais de US$ 1 bilhão a exposição em bolsa. A posição vendida desses agentes caiu de US$ 24 bilhões, na última sexta-feira, para US$ 22,9 bilhões no primeiro dia da semana (incluindo os contratos de dólar futuro e cupom cambial).

Os bancos, que atuam como contraparte, precisam reduzir suas posições vendidas no mercado à vista em cerca de US$ 5 bilhões até sexta feira para cumprir o novo limite para o recolhimento compulsório estipulado pelo BC.

O recuo das apostas dos estrangeiros começou já na sexta-feira passada, quando o BC realizou uma inesperada operação de swap reverso, depois de três meses fora do mercado. A intervenção, seguida no fim do dia pelo anúncio da medida de aperto no compulsório, foi entendida como uma sinalização do BC de que a cotação daquele dia, perto de R$ 1,55, seria um novo "piso" para o câmbio, de acordo com operadores de mercado.

Em outubro de 2010, o governo elevou de 0,38% para 6% a alíquota do IOF que incide sobre as operações de câmbio para ingresso de valores destinados à constituição de garantias exigidas pela bolsa. A medida não se mostrou muito efetiva, já que os investidores internacionais elevaram ainda mais a posição vendida, na época em US$ 13 bilhões, ao longo deste ano.

Para um experiente operador de mercado, esse tipo de medida é pouco efetiva pois os investidores estrangeiros operam de forma pulverizada e as decisões de investimentos respondem a movimentações globais da carteira. Além disso, pode haver o efeito colateral de encarecimento do hedge para as empresas que possuem empréstimos no exterior.

Ontem surgiu um novo fator que pode contribuir para apreciação do real. A ata do Federal Reserve (Fed), banco central americano, renovou a disposição para manter as taxas de juros "excepcionalmente baixas" por um "longo período".

(Fonte:  Valor Econômico, extraído de Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão)

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